Celso Jatene

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Nos últimos dias, os amantes do futebol acompanharam de perto a negociação para a transferência de Robinho do Santos para o Real Madrid.

Repete-se a saga de um jovem e talentoso jogador de futebol de origem humilde (como a maioria), num misto de realizar um sonho e resolver, ao mesmo tempo, muitos problemas do dia a dia.

A ânsia de jogar na Europa, mais especificamente no poderoso Real Madrid, ao lado de estrelas que em poucos anos deixarão os campos de futebol somada à realidade de poder proporcionar à sua família mais conforto e, quem sabe, uma maior sensação de segurança, fizeram Robinho, até por sua pouca idade e imaturidade, virar as costas para o clube que o fez despontar para o cenário mundial, magoando profundamente todos os santistas ao afirmar, radicalmente, que não jogaria mais no Santos.

Houve o desfecho. Robinho voltou a vestir a camisa do Santos, mas não brilha mais. A torcida que o idolatrava o trata com indiferença. A paixão que move o futebol foi colocada em segundo plano.

Porém, esse episódio serviu para levantar novamente a discussão em torno da Lei Pelé (por ironia, o maior ídolo do Santos em todos os tempos). De um lado os clubes tentando se defender da ganância dos empresários (os grandes beneficiários da referida Lei) e de outro, os atletas, abandonando a magia e o amor pela camisa para se transformarem em frios “artistas da bola”.

Não se pode deixar de concluir que a postura do Santos Futebol Clube, através da figura do seu presidente, trouxe um pouco de oxigênio na valorização do futebol brasileiro diante do rolo compressor do futebol europeu.

Entretanto, duas coisas precisam ser revistas urgentemente, sob pena da destruição total dos clubes brasileiros: a reformulação da Lei Pelé, dando aos clubes o direito legítimo de existir e a mudança do calendário do futebol brasileiro, transferindo as férias para julho e concluído o campeonato nacional em um semestre apenas, para que os clubes não tenham que modificar seus elencos no transcurso da competição.

CELSO JATENE
Vereador por São Paulo
Conselheiro do Santos Futebol Clube

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